quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mirror





Já rompeu-se à maioria dos homens o delírio de que se tira algum mérito de um punhado de anos a mais nesse mundo perecível. Numa tal "pós-modernidade", onde os grandiosos ideais e "bens-maiores" foram se estabacando ladeira abaixo, levando consigo as pobres vidas sacrificadas em seus holocaustos e expurgos pela "causa", já não se pode chamar qualquer coisa de "evolução", qualquer coisa de "razão", qualquer coisa de "maturidade", qualquer coisa de "certeza". 
 Aspas não são confiáveis, pois são postas por outros em torno de uma face. Por vítimas de uma realidade cheia de poeira de escombros, para quem mais aconchegante é o véu da imaginação por cima da realidade, porque esta é demasiado abstrata, díficil, sem graça e sem sonho pra se aceitar. 
 Já não há como fazer que vejam aquilo que está à sua frente, por trás das grossas lentes de suas fantasias, que lhes serviram, servem e servirão, cômodas, por mais 25, 30 ou quem sabe 40 anos. 
 E tua face, deixa que ela seja para nós uma simples folha de papel cândido, onde a gente pode desenhar o anjo, o bicho ou o monstro de acordo com o que for conveniente, e guardar essa forma lá no fundo, não sabendo a verdadeira figura que habita sob esse nosso querido rabisco...


 Ah, por menos que valesse o mundo, a vida ainda assim não tinha preço.


EKKILENGURMANNA


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