quarta-feira, 20 de julho de 2011
Mirror
Já rompeu-se à maioria dos homens o delírio de que se tira algum mérito de um punhado de anos a mais nesse mundo perecível. Numa tal "pós-modernidade", onde os grandiosos ideais e "bens-maiores" foram se estabacando ladeira abaixo, levando consigo as pobres vidas sacrificadas em seus holocaustos e expurgos pela "causa", já não se pode chamar qualquer coisa de "evolução", qualquer coisa de "razão", qualquer coisa de "maturidade", qualquer coisa de "certeza".
Aspas não são confiáveis, pois são postas por outros em torno de uma face. Por vítimas de uma realidade cheia de poeira de escombros, para quem mais aconchegante é o véu da imaginação por cima da realidade, porque esta é demasiado abstrata, díficil, sem graça e sem sonho pra se aceitar.
Já não há como fazer que vejam aquilo que está à sua frente, por trás das grossas lentes de suas fantasias, que lhes serviram, servem e servirão, cômodas, por mais 25, 30 ou quem sabe 40 anos.
E tua face, deixa que ela seja para nós uma simples folha de papel cândido, onde a gente pode desenhar o anjo, o bicho ou o monstro de acordo com o que for conveniente, e guardar essa forma lá no fundo, não sabendo a verdadeira figura que habita sob esse nosso querido rabisco...
Ah, por menos que valesse o mundo, a vida ainda assim não tinha preço.
EKKILENGURMANNA
1330
terça-feira, 5 de julho de 2011
Céu de Índigo
Cheia e azulada, o que é sinal de chuva
Seis meses a puseram em linha e centro após o eclipse
E após vinte um anos, dá início à mutabilidade
Na qual Pólux por amor e sacrifício, descansa
Para que se levante e possa viver o irmão Castor
Por consenso de Júpiter que a partir de agora passará a ser o grande exaltador
Até mesmo que alcance e supere o Nodo Norte
Mercúrio, regente, também sofre dessa mutabilidade
Vendo a Lua, vizinha, reivindicar a sua parte
A mesma Lua leva a mais seis meses de exílio toda a imagem da cabra Amaltéia
Conduzindo-a até sua queda sob Júpiter
À esquerda da Lua
Exilada se encontra
Essa mesma imagem pânica de Prima Giedi
Sobre o mundo terreno não passa apenas de um vulto alheio
Cujos cantos repetidos nunca são o suficiente
Para dar-lhe a evolução e o reflexo que busca com tanta aflição
Pois apele às baixas ou altas almas
Se encontra ainda presa à Terra, e não pode escolher quando deixá-la
E á direita da Lua, qual estrela brilha mais
Que Alpha Leonis, o Coração de Leão?
E forma uma esfera avermelhada em torno de si
Dizendo que já é tempo
Centanni
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