terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Oito ou Oitenta


E foi assim que mostrou a sua Verdade
Sua pureza, no real sentido do termo
Sua força
Sua beleza
Sua capacidade
Capacidade de ser grande, de tão grande
O suficiente pra ser o único desfecho pra  duas trilhas no começo opostas
Oito ou Oitenta
Jamais mediana, jamais medíocre
Sem nunca dizer nada pela metade
Fazer nada pela metade
Querendo tudo, confia em tudo, espera tudo
Querendo nada, confia em nada, espera nada
Não há muro no mundo sobre o qual se acue
Propriamente, jamais quereria viver encima de um
E assim se faz Verdadeira
Assim se fez Grandiosa
Assim ganha o carinho e a presença
Até de um que foi tão ferido e sufocado
Pela própria rasputina
Pela mentira qualquer sussurada a Deus antes de dormir
E repetida pra todos tão antes de encontrá-la
Tão antes da noite em que pularam e caíram de alegres numa rua por aí
De um sujeito marcado
Pela foto nunca vista de "menino bonito"
Pelo escárnio da primeira, falsa e covarde professora
Mas você
Assim Verdadeira
O faz livre pra ser também
Oito ou Oitenta
Assim o faz sentir
Oito ou Oitenta
Nas tuas duas capacidades incríveis
De causar a mais vibrante alegria
Ou provocar a mais anêmica das tristezas
Quando Oito
O faz sentir escapar apetite, sono e vontade
A velha imobilidade de quem não quer ter que pedir
Travada pelo orgulho dos do mês de maio
E que não vai pedir!
Tristeza pelo assombro coagulado de abandono e ausência
Do que lembra outras indiferenças
Mas, indiferença de você?
Com certeza não viria!
Porque é coisa de covarde!
Não de quem é Oito ou Oitenta
Quando Oitenta
O faz sentir Trindade
É três formas de Um
De três em um
Pra três em uma
Ou mais?
E qualquer riso sai mais fácil
E qualquer bronca entra mais difícil
De lua branca, azul, vermelha
Como a veste dos teus ossos é branca
A veste da tua aura é azul
E a veste da tua santa é vermelha
...
E tá tudo bem
São precisas só três letrinhas
De oito
De oitenta
Ah, "morcega"...
Qualquer que seja
Só não deixe de ser aqui Oito ou Oitenta
De Verdade, de Certeza, de Grandeza
Mas também de Justiça
Da mão que deu o tapa
Da boca que sorriu na cama
Não de cegueira
De Justiça
De carinho, de desprezo
Mas nunca incompreensão, indiferença
Sempre Oito ou Oitenta
Dos olhos de mulher no sofá, de Ágape
Ou dos de menina que chora à noite por um engano meio-dito ao telefone
Sê Oito ou Oitenta
Sem melindrar pelo sentimento dito e depois meio-entendido
Confia Oito ou Oitenta
Acredita Oito ou Oitenta
Deixe ser Oito ou Oitenta
Ninguém pede que seja Oitenta e Oito
Mas Oito ou Oitenta
Por isso...
Sejamos sempre os dois
Oito ou Oitenta
...


Por mais que às vezes doa alguma angústia, ainda é muito bom estar ao teu lado
Porque é em você que ele acredita!
Porque é em você que ele confia!
Porque é você que ele ama!
Ainda à espera de novos mares, bares, ventos, luas, sofás, noites e igrejas...




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