sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Renascimento Comercial é como podemos entender o processo de reativação do comércio desde os últimos séculos do medievo. Por um longo período, durante a Idade Média, a atividade comercial foi severamente condenada pela Igreja Católica, que pregava a doutrina do "Preço Justo", entendendo que uma mercadoria só deve ser vendida pelo preço que foi comprada, não gerando o lucro (usura), que segundo o clero era a base da avareza, vista por muitos religiosos como o pior dos pecados capitais, passível, certamente, daquela que, para o homem da Idade Média, é a pior das punições: Ter sua alma condenada à eternidade no Inferno. Essa condenação ao lucro desenvolveu importante papel como empecilho para o desenvolvimento da atividade comercial, restrita a pequenos grupos marginalizados, como os judeus, que impedidos de possuírem terras e, não raro, mesmo de habitar as propriedades feudais, tinham na prática da usura uma de suas poucas fontes de sustento. Com a realização das Cruzadas a partir do século XI, estabeleceram-se numerosos contatos com o Oriente a partir principalmente de muçulmanos e bizantinos. Novas rotas de comércio tornaram-se conhecidas, e foi nas cidades italianas voltadas para o Mediterrâneo (tais como Gênova, Veneza, Pisa e Amalfi) onde a atividade comercial refloresceu. Mesmo com a condenação do papado, os comerciantes italianos, desde o século XII, estabeleciam postos comerciais do Jônico ao Mar Negro, juntando verdadeiras fortunas pessoais e enriquecendo suas cidades de forma fabulosa.
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