domingo, 2 de setembro de 2012
Eleições em Curitiba:
Depois de assistir na íntegra (um tanto atrasado, eu sei) o primeiro debate dos candidatos a prefeito na Band, a primeira impressão é (só opinião, tá?!):
Ratinho Junior-
Papagaio do conservadorismo popular: Apela pra Deus, pra Pátria e pra Família (alguém já viu isso em algum lugar?)... E além disso dá um toque de populismo apelando pros amiguinhos. Não é nem "A Dilma me apoia" (até porque o PT apoia o Fruet), o negócio é "Eu sou amigo pessoal do Lula", só faltou chamar de "brother", assim como também é amigo pessoal do Malafaia e de outros com quem andou passeando pelo Sítio Cercado (onde inclusive andou vomitando algumas bobagens sobre "o que não gostaria que sua filha visse quando crescer..."). Além do horror de ter começado a falar em "aumentar o contingente policial", quando perguntado "como ia cuidar das pessoas que sofrem de dependência química" Partido nanico de um apelo conservador muito forte e coligação meio esquisita, que reúne gente que supõe-se que pensa bem diferente (tipo PC do B e PT do B), lembram quem venceu a eleição nacional desse mesmo jeito no ano que eu nasci?! A catástrofe dele ganhar aqui vai ser a mesma de o Russomanno ganhar em SP. Quem achava o PSDB "ultrarreacionário", espere só até ver esse cara na Prefeitura.
Luciano Ducci-
Acho sinceramente que ele não vive na mesma cidade que nós, talvez em algum disco-voador ou coisa assim. Prefeito, o Jardim Terra Santa não fica no Pinheirinho, fica no Tatuquara, e não, as casas não são todas feitas de alvenaria, e a população lá não se sente tão segura (talvez ele não descobriu porque lá não tem Street View). Tudo bem ele ter aquele jeitinho pastoso que não inspira confiança em quase ninguém, aí é uma coisa, agora não ter personalidade própria é outra, ficar se encostando na imagem dos "amiguinhos" é total falta de hombridade. Realmente, e daí que a cidade ficou parecendo um "canteiro de obras"? Cadê o resultado prático de tudo isso (que supostamente faria valer o transtorno de algumas que são intermináveis)? Ou enquanto aparecer ta valendo?!
Gustavo Fruet-
Tudo bem que ele é novo na turminha do PT e talvez não tenha entrosado muito ainda, mas até os ex-colegas dele do PSDB lembram que a Gleisi não é mais senadora. MUITO fraco mesmo em termos de carisma e passar confiança, faz o tipinho de bebê chorão que mudou de turma porque não deixaram ele jogar bola no time da rua. Não é surpresa que venha caindo cada vez mais: Os eleitores do PSDB, que sempre votaram nele, agora acham ele um vira-casaca traidor de uma figa, e os eleitores do PT desconfiam, e muito, das boas intenções do "recém-convertido". Mas dá pra parabenizar o cara por ter conseguido uma façanha: Reunir o que tinha de pior na campanha do Beto Richa (essa coisa de ficar sacudindo o defunto do pai por qualquer coisa, apelando pra a velha mentalidade de "capitania hereditária" da maioria) e o que tinha de pior na do Osmar Dias (essa pelação-de-saco enjoativa pro governo federal, inclusive não perdendo a oportunidade de meter o governo Lula, a Dilma e a Gleise no meio da conversa). Pra quem é a favor de qualquer uma das duas maiores forças partidárias do Brasil, ele deve ser uma tremenda decepção, pra quem é contra elas, ele não deve passar de um fracasso já pré-anunciado.
Rafael Greca-
Ele ganha em três pontos que são muito importantes (ou pelo menos deviam ser): Tem bastante conhecimento técnico útil pra uma cidade que precisa ser urbanizada e reurbanizada constantemente que nem Curitiba, já fez algo de não-descartável por aquela parte da cidade que não é todo mundo que lembra que existe (palavra de quem vai trabalhar no Bairro Novo quase toda semana), e é uma pessoa de personalidade própria. Ao contrário dos dois candidatos apoiados pela situação estadual e federal, conhece muito bem os espaços da cidade, e tem algumas propostas de mobilidade que na prática são bem mais inteligentes (como as novas trincheiras, e fazer o metrô sobre a terra, o que sai muito mais barato, termina muito mais rápido, e causa muito menos transtorno para o cidadão). Só que pega mal ficar fazendo poetismo com Francisco de Assis no debate, né candidato?! Assim como chamar Sócrates de "nosso companheiro do PMDB de Atenas" (tem gente que cora vendo isso). Embora ele tenha experiência o suficiente pra não deixar ninguém meter o dedo na sua gestão, a aliança com o Requião pega mal: Em parte porque antes ele foi do grupo do Lerner (embora seja um dos poucos que tenha dado uma justificativa razoável para o seu rompimento, ao contrário do Gustavo Fruet), adversário mortal do Requião, e em parte só pelo Requião ser o Requião. Outros problemas para essa candidatura são o fato de grande parte dos eleitores já estar na faixa do facultativo (uma velha guarda curitibana, principalmente da zona sul, que é grata a ele por ter vivido ali antes da gestão dele), e da cara de passado que ele tem: Ele vem crescendo, mas acho que vai ser difícil que tire da boca do povo aquilo que a gente mais ouve por aí sobre ele: "Já deu o que tinha que dar...".
Bruno Meirinho-
Linguagem muito empolada e cheia de academicismo pra quem se põe como "defensor das classes populares", além do que, levanta aquela velha questão: Será que alguns partidos de esquerda realmente não percebem que tentar dizer pra população que tipo de consciência ela deve ter, e botar o trabalhador como uma eterna vítima estática de um sistema opressor não funciona? O trabalhador não precisa da boa-vontade (e em grande parte desconfia dela) de um membro da "elite-intelectual" que pegue na sua mãozinha para guiá-lo aos caminhos de um modelo de "sociedade justa e igualitária" que também foi pensado pela mesma elite. Isso é puro colonialismo ideológico de gente que se autodeclara "defensora dos fracos e oprimidos" e depois se acha suficiente pra chegar pro trabalhador e dizer: "Eu sei o que é melhor pra você... E se você não se engaja na minha luta, você é um alienado do sistema", era melhor deixar de lado tanta bandeira e chavão ideológico-teleológico (coisa que interessa muito mais pra elite juvenil que convive muito mais com esse tipo de discussão de mesa de Casa Verde do que com as dificuldades práticas da vida curitibana) e começar a pensar a coisa por um viés mais pragmático. Seria um sinal de mais respeito e aproximação das pessoas. No mais, a demagogia do PSOL mais uma vez é MUITO fraca, e esse slogan de campanha "Gente é Pra Brilhar" parece que quanto mais repete pior fica.
Carlos Morais-
Completamente RIDÍCULO!!! Eu jamais pensei que alguém pudesse chegar a esse ponto. Ainda bem que o cara não tem nem um por cento dos votos. Não basta o cara ser de um dos últimos partidos da "direita muito direita" (aquele do Aerotrem), o cara tem que demonstrar isso da pior forma possível e falar as coisas mais estapafúrdias, e graças a Deus inviáveis. Acho que o tal "alimento espiritual", do qual ele falou umas três vezes, tava meio passado do ponto e começou a dar alucinação na cabeça desse tecnocrata fracassado. Primeiro essa proposta absurda de transformar a educação pública (e quem sabe a cidade inteira) em Big Brother, o que, além de inconstitucional, é extremamente autoritário e economicamente impossível tanto em matéria de instalação como de manutenção. Segundo o discurso machista-babaca, ou vice-versa, quando falando que para a mulher "maior violência que apanhar do marido, é perder ele", e a ENORME idiotice, sem fonte, é lógico, de que "o homem tem uma visão central, de mira, voltada a um foco, enquanto a mulher tem a visão mais lateral, porque tem que cuidar dos filhos". Terceiro a ideia completamente absurda de transformar presídio em colégio de freira, levando "padres e pastores" pra dentro da cadeia porque "apesar de o trabalho do psicólogo e do assistente social ser importante, ninguém sai da criminalidade sem alimento espiritual". E depois, ainda por cima, se deu ao luxo de xingar a própria emissora na qual estava falando porque "não tinha sido convidado pro debate". Definitivamente, esse é o pior candidato que eu vi na minha vida.
... Esse ano a coisa tá mesmo difícil...
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